Sendo um dos primeiros países em que o videogame virou entretenimento popular, o Japão tem uma longa tradição em "cultura gamer". É esse aspecto que trata esta coluna, publicada às sextas-feiras a cada duas semanas (intercaladas com o artigo sobre

jogos para celulares

).

Pode-se dizer que os games fazem parte da vida dos japoneses, mas a Sega parece ter levado esse conceito mais longe, mais precisamente ao banheiro. É disso que se trata Toylets, um produto experimental que acopla uma tela ao um mictório. Instalado em quatro localidades, entre casas de fliperamas e bares, o produto será testado até 31 de janeiro do ano que vem.

Por ora, o Toylets conta com quatro minigames, que consistem em competir volume, mira e força do jato do xixi, por exemplo. No quarto jogo, o desafio é superar o "jogador" anterior. Naturalmente, os games são gratuitos, mas a produtora espera ganhar dinheiro com anúncios exibidos no monitor. Devido aos jogos, que atraem o olhar, a taxa de visualização das propagandas é de 84% segundo a Sega, um valor considerado alto.

Por enquanto, ainda não está decidido se Toylets será lançado comercialmente.

Neste minigame de Toylets, o que vale é a mira

Cartão postal

No Japão, existe um mercado muito grande para merchandising de games, com todo tipo de produto que acompanham o lançamento dos jogos. Mas a Capcom bolou alguns itens bem originais para "Okamiden", versão para Nintendo DS de um clássico do PlayStation 2.

Como se sabe, "Okamiden" bebe na fonte da mitologia xintoísta japonesa e o conjunto de cartões postais da Capcom usa um papel especial, tradicional no país (o "washi" é mais rugoso e resistente à ação do tempo que o papel de celulose). Os cartões parecem pequenas obras de arte, que podem ser colocados numa moldura especial que vem junto no pacote (são 12 folhas). O item está a venda apenas na

loja online

da Capcom no Japão, por 2,1 mil ienes (US$ 25).

Cartões de "Okamiden" são feitos com papel japonês tradicional

Feras da game music

Por fim, a TV online OBS fará um programa com alguns dos pioneiros da game music no Japão, mais precisamente aqueles que se destacaram na utilização do som FM, uma popular tecnologia que surgiu nos anos 80 (entre os videogames, o Mega Drive é o que tem a sonoridade típica do FM).

Um dos convidados é Yûzo Koshiro, que se notabilizou como compositor amador (suas músicas eram celebradas em revistas que publicavam códigos de programação de músicas) e depois foi contratado pela Falcom Japan, onde trabalhou em games como "Ys" (e sua continuação). Nos videogames, fez trilha sonora de "The Revenge of Shinobi" e de "Streets of Rage" no Mega Drive, além de "Actraiser", para Super Nintendo.

Koshiro pode ser considerado a personalidade que fez aumentar o reconhecimento da categoria dos compositores de música para games. Vale lembrar que ele era tão famoso que seu crédito aparecia junto com o da empresa que publica o game. Um de seus trabalhos mais recentes é "Etrian Odyssey III", para Nintendo DS.

Também participam da conversa Hitoshi Sakimoto, que trabalhou em games como "Ogre Battle", "Final Fantasy Tactics", "Gradius V" e "Final Fantasy XII", e Kami-tama, lembrado por sua genialidade na engenharia de som. O lado da tecnologia é um dos focos do programa - Koshiro e Sakimoto, além de compositores, também eram programadores, e faziam seus próprios "drivers" sonoros.

Usando um computador da época com tecnologia FM, os três contam histórias sobre a produção de "drivers" e das canções. O programa será veiculado através do

Ustream

, às 9h deste sábado (18).

Feras da game music estão em programa de TV para web

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